Capítulo Primeiro - Anunciação
Donald Carter estava
sentado em sua mesa. As decisões mais importantes do mundo eram tomadas naquela
mesa. A mesa mais importante do mundo, no Salão Oval na Casa Branca.
Ser o presidente dos Estados Unidos lhe dava o poder de se sentar
ali. Onde tudo acontecia. Não se sentia um simples observador, sentia-se o
próprio ator de todo o espetáculo. Suas ações reverberavam por todo o mundo.
Hoje seria o dia
mais importante de sua carreira política, hoje seria o dia mais importante de
sua vida. Planejara aquele dia por muito tempo. Anos de preparativos
culminariam nas ações desenvolvidas no dia de hoje.
Quando Monica
Hudson ganhou a eleição dois anos atrás ninguém imaginava que o vice Donald
Carter assumiria em condições tão estranhas. Primeiro a repentina doença que
afastou bruscamente a presidente Hudson, depois sua renuncia que fragilizou o
coração do povo americano, praticamente uma despedida, e por ultimo uma morte
tão triste.
O povo não
conseguia sentir força por traz do atual presidente, nenhum dos Carter havia
sido bem sucedido na política, a família vivia envolvida em escândalos sexuais
e de corrupção. Donald Carter era um azarão que havia chegado em primeiro
porque o cavalo da frente havia quebrado a pata e era só isso que significava
para o povo americano, um vice. Tudo isso iria mudar hoje. O povo americano
iria entender que Donald Carter não era nenhum fraco.
Um sinal sonoro
seguido de uma voz de mulher fez Carter abandonar por instantes seus
pensamentos de glória – Senhor Presidente – A voz era tão doce e melodiosa que
o presidente já havia se acostumado a ser chamado assim repentinamente.
– O senhor
Tyler acabou de chegar. – A voz melodiosa continuou – Como o senhor
pediu para anunciá-lo assim que chegasse, eu ...
– Tudo bem Rose
– Interrompeu o Presidente calmamente. – Peça para que entre. Estou
esperando.
– Sim senhor
presidente. – Respondeu prontamente a secretária de Carter.
As peças
finalmente estavam se posicionando no tabuleiro e Donald Carter faria a primeira
jogada.
Daniel Pompeu não era
dado aos estudos. Odiava o curso de medicina que cursava na Universidade de São
Paulo, mas seu pai o fizera prometer que se formaria um médico, assim como seu
Avô Pompeu. Doutor Pompeu.
Como de costume
Daniel subia a rua Teodoro Sampaio em direção ao Hospital das Clínicas. O
ônibus municipal estava lotado como em todas as manhãs. Nada parecia diferente
naquele dia nublado de terça-feira, excetuando-se o fato de Daniel estar
atrasado para a primeira aula, já eram nove e quarenta da manhã e ele já devia ter chegado à
Universidade às oito.
Normalmente
Daniel estaria dormindo recostado na janela no primeiro banco próximo ao
cobrador, gostava de sentar-se ali, sentia-se mais seguro. Já havia sido
assaltado no fundo do ônibus e aprendera a lição. Não dava sorte para o azar. O
ponto em que deveria descer ficava no final da Teodoro Sampaio depois do
hospital, em frente ao Instituto Médico Legal. Decidiu descer um ponto antes,
mesmo estando atrasado sua fome falou mais alto, apertou o botão para sinalizar
ao motorista que iria descer, mas o sinal sonoro não soou, resolveu então puxar
a corda amarrada ao teto que tinha a mesma finalidade, o som agudo da campainha
finalmente fez-se presente na parte frontal do coletivo. Uma senhora de idade
empurrou Daniel dizendo-lhe que ia descer. Alívio, ele finalmente podia
respirar.
Sempre sentia
essa sensação de alívio ao descer do ônibus. Essa com certeza não era a melhor
hora do dia para Daniel, detestava andar de ônibus, mas pagar estacionamento o
mês inteiro acabaria com suas economias. E o transporte publico lhe permitia
uma melhor liberdade, um tipo de desapego.
A região das
proximidades do Hospital das Clinicas sempre lhe parecia muito sufocante,
apertada, confusa, um lugar imerso em barulho e gente perambulando
desordenadamente, ambulantes disputando a calçada com pedestres que aguardam o
transporte no ponto de ônibus.
Perdido em
pensamentos Daniel entrou numa lanchonete próxima ao ponto, ele sempre comia
nela, que considerava a mais limpa. Pediu uma coxinha e um suco de laranja, o
atendente de imediato começou a espremer as laranjas. Daniel ficou ali,
apreciando a disposição matinal do atendente. Daniel ficou tão entretido que
não percebeu que a pessoa sentada ao seu lado não parava de observá-lo, medindo
seus atos, julgando-o. Sorrindo.
Edward Tyler olhou para o agente do serviço secreto parado em
frente à porta, do outro lado o homem mais importante do mundo. O agente acenou
com a cabeça e deu um passo para a direita abrindo com a mão esquerda a porta
do Salão Oval. Aquele clima de segurança extrema, embora necessário para
salvaguardar o líder da nação, deixava Edward nervoso. Como se estar ali, na
presença do próprio presidente já não fosse pressão suficiente.
Edward entrou no salão
arredondado sem se preocupar em se anunciar pois sabia que se estava pisando
naquela sala, o presidente Carter já o esperava.
– Senhor Presidente – Edward saldou o homem em pé olhando em seus olhos.
– Já disse para me
chamar de Donald. – Respondeu de forma
ríspida. Carter continuou em pé esperando seu interlocutor se aproximar. Quando
estavam frente a frente, um pequeno silêncio tencionou a ambos. Cortando o
silencio o presidente começou a sorrir. Ambos riram juntos. Donald em meio aos
risos abraçou Tyler.
– Me diga que
conseguimos amigo, me diga que conseguimos
– Abraçando Tyler cada vez mais forte o presidente perguntou retoricamente.
– Sim Donald. Sim meu
amigo. Conseguimos. Hoje o mundo será seu.
– Tyler não se preocupou em esconder a emoção que sentia, lagrimas percorriam
seu rosto pousando sobre o terno azul marinho do Presidente dos Estados Unidos.
Carter permaneceu em silêncio por poucos instantes.
– E onde está? –
Perguntou Carter deixando transparecer a afobação daquele momento, mostrando
não ter tempo para sentimentalismos.
Tyler dando um
passo para traz retirou um envelope do bolso esquerdo e respondeu:
– Aqui está.
O conteúdo desse envelope mudará o destino do mundo.
– Não faça suspense
homem, dê-me logo isso – Carter arrancou o envelope da mão de seu amigo que
simplesmente deu de ombros. Rasgou a lateral e retirou um pequeno papel de seu
interior. Pondo-se em seguida a ler.
– Mas não é possível. – Disse o presidente intrigado – Temos apenas sete dias!
– Você acredita em
Deus? – Perguntou o estranho homem sentado na banqueta ao lado de Daniel.
– O que? –
Respondeu Daniel entediado, só faltava essa um Testemunha de Jeová essa hora da
manhã, pensou.
– Se você acredita em
Deus Daniel – Disse o homem abrindo um sorriso tímido ao mesmo tempo desafiador.
Daniel olhou para o estranho que estava atrapalhando seu café da
manhã, tentando lembrar se tinha visto ele sentar-se ao seu lado.
– Quem é você? Como
sabe meu nome? – Perguntou irritado para o estranho.
– Só quero
saber se você acredita em Deus. Respondeu o estranho.
– Suco de Laranja! – Anunciou o balconista. Daniel olhou para o copo grande
transbordando suco no balcão. O atendente levantou o copo secando o suco
derramado. Daniel resolveu voltar-se para o Evangélico do seu lado.
– Então, como você
... – Daniel nem chegou a concluir a frase que havia começado. Onde estava
o crente? Pensou.
Na banqueta ao
seu lado não havia ninguém. Apenas a mochila surrada que sempre Daniel
carregava forrada de livros.
– Ei. Onde tá o cara que
tava aqui comigo? – Perguntou ao
Balconista.
– Cara? Que cara?
Você veio sozinho. – Respondeu o balconista sem dar muita atenção.
Daniel muito intrigado ficou em pé sobre os descansos para os pés
da banqueta, examinou todo o salão tentando encontrar o cara que tinha sumido.
No seu bolso direito algo começou a vibrar.
– Alô! – Atendeu
o celular de forma instintiva.
– Dan? –
Perguntou do outro lado uma voz feminina.
– Fala mãe. Que foi?
– Respondeu Daniel sem desviar a atenção do salão a sua frente. Olhou na
direção de uma placa que dizia "Banheiro Masculino".
– Bingo!
– Pensou em voz alta.
– O que foi
Dan? – Perguntou a mãe confusa.
– Hãn! Nada
não mãe. O que foi? – Daniel sem tirar os olhos da porta do banheiro.
– Filho você
tá me ouvindo? – A voz da mulher parecia preocupada.
– To mãe. O
que você quer? Aconteceu alguma coisa?
– Filho é sua
tia. – Uma pausa que para Daniel pareceu uma eternidade.
– O que tem a
Tia? – Daniel perguntou temendo a resposta.
– Ela morreu
Daniel. Agora de manhã. – Nunca um suco de laranja teve um gosto tão amargo
para Daniel.
Algumas horas depois o
presidente Carter acompanhava, apreensivamente, uma matéria da CNN numa tela de
50 polegadas instalada em seu gabinete. Ao seu lado, roendo as unhas, seu amigo
Edward Tyler também mostrava inquietação.
– Por quê isso não começa? Disse mudando de canal.
– Creio que ainda é cedo
senhor presidente. – Respondeu Tyler
percebendo que havia novamente chamado seu amigo pelo cargo, coisa que Donald
Carter odiava, principalmente quando ambos estavam assim, sozinhos.
Percorrendo rapidamente diversos canais o presidente finalmente encontrou o que estava procurando tão alucinadamente.
Percorrendo rapidamente diversos canais o presidente finalmente encontrou o que estava procurando tão alucinadamente.
– Encontrei.
Na enorme tela de plasma
ambos viram uma reportagem que exibia o titulo “Ao Vivo” piscando no canto
superior esquerdo, era exatamente o que procuravam.
Um repórter de trajes
formais anunciava a cobertura de um importante encontro político. A imagem
mostrava uma linda decoração em um enorme salão de reuniões onde diversos
líderes sentados aguardavam a chegada dos dois mais ilustres convidados. Uma
musica calma preenchia o salão e o repórter teimava em tentar ser ouvido pelo
seu publico.
– ... e nesse momento
histórico, o encontro de diversos líderes da comunidade européia e um
representante da Santa Sé, estamos aguardando a entrada do presidente Francês
Jackes Lê Month.
Tyler olhou seriamente
para Carter, apontando para o aparelho de TV.
– Acho que é agora. – A convicção de Tyler era algo assustador, mesmo para Carter.
Mesmo depois de quase trinta anos trabalhando juntos Carter sentia seu amigo
ficar mais forte em momentos de crise como aquele.
Na tela a chegada do
presidente da França foi ovacionada por todos os líderes sentados na mesa
ornamentada de flores posicionada acima do palco. Diversos deles aplaudiram o líder
francês de pé.
Tudo parecia muito
festivo. O repórter parou de relatar os fatos e somente a imagem do presidente
francês sentando ao lado de uma cadeira vazia, bem ao centro da mesa. Flashs
disparavam de todas as direções explodindo no rosto magro do chefe de estado da
França.
– Aproveite os
holofotes. Logo o mundo voltará suas
atenções para a América. – Disse Carter olhando fixamente no sorriso do
líder francês, que na tela acenava para todos os lados.
Edward Tyler
assentiu esboçando um leve sorriso.
Uma das coisas mais estranhas em um cemitério era que o silêncio e
a sensação de quietude jamais mudava. As diversas famílias que chegavam, os
carros fúnebres que traziam os corpos, o faxineiro no canto varrendo lentamente
as folhas trazidas pelo vento. Tudo aquilo parecia recorrente. Tudo sempre do
mesmo modo.
Algumas crianças estavam
inquietas correndo inadvertidamente por entre as pessoas. Pareciam não serem
afetadas pelo clima de subtração que tomava o coração de todos.
Excetuando os netinhos
de Tia Conceição todas as crianças pareciam não se importar. Velório era sempre
a mesma coisa.
Para Daniel sua falecida
tia era em exemplo de como uma pessoa deveria ser. Sempre feliz, sempre
pregando a felicidade, alguém que realmente se importava. Não tinha inimigos,
não tinha desafetos. A tia amada por todos. A tia que cuidava de todos. Uma
amiga acima de qualquer coisa. Todos gostavam da Tia. Ela era para toda a
família à Tia.
Daniel não entendia
porque pessoas assim morriam. Pensava que certamente morriam para ficar
pertinho de Deus. Nosso mundo precisava de mais pessoas assim, pessoas como Tia
Conceição.
O corpo não havia
chegado, todos o aguardavam. Para dar o ultimo adeus. A ultima despedida.
Chorar.
– Véio! – A voz rouca por traz de Daniel o fez girar com um tímido
sorriso. Em sua frente um rosto esperado, um rosto aguardado por todo o dia.
– Cara. Tá foda. Ainda
bem que você ta aqui.. – A voz embargada de
Daniel saiu enquanto abraçou o amigo, que meio sem saber como agir bateu
firmemente em suas costas, demonstrando apoio.
Em meio aos abraços e
demonstrações de condolências o amigo de Daniel perguntou:
– E como que tá sua mãe?
Ela gostava muito da Tia.
– Sei lá. Eu ainda não
falei com ela. Ela ta vindo junto com o corpo, passou o dia todo no IML.
– Cara, e a sua mina?
Ela vem?
– Ela já deve estar
chegando.
O som do carro fúnebre
se aproximando do local onde seria realizado o velório fez os amigos pararem a
conversa. Todos que aguardavam pararam de conversar. Um silêncio instintivo
tomou conta de todos. Algumas pessoas se aproximaram do carro quando este
parou. A mãe de Daniel vinha num carro logo atrás do Rabecão que trazia o
corpo. O homem que dirigia desceu do carro e foi até a porta do passageiro e
abriu para a mulher descer. Daniel andou em direção ao carro para
ampará-la. A mulher olhou tristemente
para o filho sem nada dizer. Daniel olhou para o homem que havia trazido sua
mãe e com um modesto aceno de cabeça saudou:
– Pai. – Sem esperar a reação do homem Daniel começou a conduzir sua
mãe. Hora apoiando-a, hora sendo apoiado.
Na Casa Branca olhos observadores mal piscavam acompanhando imagens rápidas que se intercalavam na tela de plasma posicionada no centro do Salão Oval.
Na tela o repórter
continua narrando os acontecimentos daquele importante encontro político:
– ...uma vitória da
democracia e dos acordos de paz. Uma data que entrará para a História, onde
sete nações européias assinarão um tratado de
não agressão e desarmamento...
Colocando o dedo
no ouvido sobre o ponto eletrônico o repórter parou imediatamente de falar e
virou-se dando espaço para o cameraman
enquadrar a mesa de negociação, onde um alvoroço se iniciou. A imagem, como que
procurando algo, percorreu toda a extensão da mesa e se fixou num ponto à
esquerda. Os dirigentes levantaram e começaram a aplaudir um pequeno corredor
humano que se formou naquele lugar. Ao centro do corredor uma figura austera se
movimentava lentamente. A voz do repórter recomeçou novamente:
– ... e nesse
momento acompanhamos a entrada de Nossa Santidade, o Papa.
Na tela, acima do
Papa, uma barra verde começou a crescer para a direita ao ponto que o som da
transmissão aumentava. Tyler olhou para o presidente que acabara de baixar o
controle remoto. Carter mal respirava de tanta atenção no aparelho a sua
frente. Na verdade Tyler mal sentia sua respiração. Seu coração batia
acelerado. O momento que ambos esperaram por toda vida havia chegado.
Na transmissão o Primaz
de Itália dirigiu-se lentamente para ocupar a cadeira posicionada no centro
da mesa de negociações. Diversas pessoas o cercavam, entre elas, os
guarda-costas do pontífice, cardeais, ministros e cônsules de diversas nações.
Todos queriam
tocar o Líder do Estado Vaticano, uma comoção teve inicio entre os
repórteres e demais figuras que assistiam
ao evento. Um repórter subiu no palco no mesmo momento que o Pontífice
sentou-se ao lado do Presidente da França. Os outros reportes gritavam para
tirá-lo dali, uma vez que as entrevistas
pessoais foram proibidas.
O repórter que
subiu no palco foi prontamente agarrado por seguranças que começaram a puxá-lo
para fora. Enquanto era arrastado o repórter gritou alguma coisa em francês e
uma imensa mancha de sangue acompanhada de um forte estampido removeu a
transmissão do ar. Imediatamente
o sinal sonoro ecoou na mesa do Presidente Carter. Na tela da TV apenas
chuviscos piscavam aleatoriamente.
Donald Carter não apertou
o botão que liberava o canal para sua secretária pronunciar-se. Ficou parado,
de boca aberta.
Claudia apertou o passo,
precisava chegar logo, morria de medo de cemitérios. Estar num deles agora não
era sua opção, mas há momentos na vida que não temos opções. Olhou a frente e
viu Daniel sentado na calçada em frente ao velório. Aproximou-se.
– Dan? Tudo
bem? – Perguntou sem saber como agir.
– Tô, acho
que tô. – Daniel não conseguia esconder o quanto estava abatido. – acho
que eles já vão começar. Levantou-se apoiado na namorada. Andou em direção
da sala onde parentes, amigos e desconhecidos amontoavam-se para rezar o
sufrágio. Uma senhora, antiga, iniciou a entoação do terço. Claudia apertou forte a mão de
Daniel, que tentava acompanhar as orações.
Sentido o
carinho da namorada, Daniel observou que no corpo de sua tia sobre os olhos
pousavam rodelas de algodão parecidas com hóstias. Aquilo deixou Daniel
intrigado, lembrou de uma antiga tradição grega de pousar moedas nos olhos dos
mortos para pagar o Caronte, o Barqueiro, que conduzia as almas á sua morada
eterna no Hades. Sem as moedas as almas eram obrigadas a vagar às margens do Aqueronte
eternamente.
Daniel andou
silenciosamente até sua mãe e perguntou intrigado:
– Mãe. O que
são essas coisas nos olhos da tia?
– Ela foi
encontrada assim hoje de manhã. Morreu de olhos abertos e na funerária eles não
conseguiram fechá-los. Mas não se preocupe com isso, a vó Gilsa já vai resolver
isso.
– A vó
Adalgilsa ta vindo pra cá? – Daniel percebeu que deixou escapar um breve
sorriso e lembrou-se de onde estava, parou de sorrir.
– Sim, dizem
os antigos que só as madrinhas dos mortos conseguem fazer com que eles fechem
os olhos. Aconteceu o mesmo com a tia Geraldina.
– Como a Tia
morreu?
– Não sabemos.
Disseram que ela simplesmente caiu. Arregalou os olhos e morreu. Como se
tivesse morrido de susto.
Enquanto falavam um
homem se aproximou trazendo uma senhora de idade. Eles se aproximaram do corpo
e a idosa lentamente inclinou-se sobre o corpo e passou a cochichar no ouvido
da tia morta. A bisavó de Daniel começou a retirar as rodelas de algodão dos
olhos do cadáver e balbuciando inaudíveis palavras começou acariciar as
pálpebras enrijecidas da tia Conceição.
Tudo aquilo parecia
místico demais, uma cerimônia tribal onde um pajé dá ordens ao moribundo
deitado numa rede. A velha balbuciando, as pessoas chorando, outras rezando a
Ladainha de Nossa Senhora. Tudo começou a girar. Daniel olhou para os lados,
sua namorada falou algo que ele não conseguiu ouvir, seu amigo o segurou, tudo
girando, Daniel murmurou nos ouvidos de Claudia.
– Vou vomitar.
Imediatamente Daniel foi
levado para fora, onde se curvou num pequeno arbusto e vomitou todo o café da
manhã. O casal que havia arrastado Daniel para fora permaneceu por perto.
– Ju, leva ele pra lavar
o rosto – disse Claudia para o
amigo de Daniel que a muito custo o mantinha de pé. Juliano amparou o amigo
levando-o até o banheiro.
Daniel lavou o rosto e
recuperou-se do mal-estar, disse a Juliano que já estava bem. Olhou mais uma
vez no espelho, ajeitou brevemente o cabelo e saiu do banheiro. Quando saiu viu
algo que seus olhos não conseguiram
acreditar. Ao longe, encostado numa árvore que o outono teimou em levar todas
as folhas, o estranho homem que Daniel havia encontrado hoje pela manhã.
O estranho sujeito
encarou Daniel desafiadoramente e sorriu.
O grupo de quatro marines
recuou durante o ataque e entrou no banquer. Um grupo maior de criaturas
começou a atacar a estrutura que aos poucos pegou fogo. Tiros eram disparados
de dentro do banquer. Mais criaturas chegaram. O banquer foi destruído. Os
marines foram cercados. As criaturas mataram todos.
– Droga! – Nathan
O’brian bateu no teclado de computador demonstrando a insatisfação de ter
perdido no jogo. Seu trabalho lhe
permitia jogar sem interrupções. Jogar no computador era a única diversão
possível, uma vez que trabalhava em um barco científico no meio do Oceano
Pacífico.
Estava prestes a
reiniciar o jogo para mais uma partida quando ouviu um sinal que lhe fez
congelar. Levantou-se e olhou para os diversos equipamentos eletrônicos em sua
mesa.
–Não é
possível. – Balbuciou pra si mesmo tentando se convencer que tudo estava bem. Olhou no monitor onde um mapa mundial mostrava
uma pequena luz vermelha piscante.
Verificou em outro monitor um gráfico que começava a se formar, digitou
alguns comandos e aguardou. Ao lado uma impressora começou a emitir um ruído
baixo e cuspir uma folha de papel com centenas de números. Pegou uma caneta e
começou a circundar alguns deles. O coração disparou.
– Não pode
ser. – Nathan largou a caneta e começou a procurar algo em meio à bagunça
sobre as mesas. Levantou uma caixa de sapatos contendo diversos Cd´s. Embaixo
da caixa encontrou um telefone de transmissão via satélite. Levantou a antena
preta maior que o próprio telefone e discou alguns números. O aparelho emitiu
alguns sons agudos e começou a chamar.
Quando atenderam
do outro lado da linha Nathan suspirou aliviado. Olhando para os dados
rabiscados na folha que segurava falou com a voz ofegante:
– Me liga com
a Casa Branca. Temos uma emergência prioridade Alpha.
Scoth Adams estava
naquele mesmo serviço já fazia nove anos. Ser o chefe do serviço de proteção
presidencial não era um trabalho comum. Na verdade, era um dos trabalhos mais
tensos e perigosos que tivera ao longo de seus trinta e nove anos.
Normalmente seu
trabalho na Casa Branca era um trabalho de bastidores, sutil. Dificilmente o
trabalho dos agentes destacados para proteger “a fortaleza”, código usado para
identificar o presidente dos Estados Unidos, incluía ações táticas ou
afobamentos.
Naquele momento
Scoth Adams corria pelos corredores da Ala Oeste apressadamente. No fone de
ouvido, outros agentes confirmavam a segurança exterior da Casa Branca e
arredores.
– Estou me
aproximando do Salão Oval, a fortaleza será retirada agora! – Scoth acenou
com a cabeça e o agente que guardava a porta do Salão Oval permitiu sua
entrada. Scoth entrou sem bater.
– Vamos
retirar o senhor para o Banquer Senhor Presidente. – Scoth não se preocupou
em aguardar a resposta do Presidente Carter, simplesmente colocou sua mão sobre
ele e começou a conduzi-lo.
Carter sabia que não
tinha escolha. Sua vida não lhe pertencia e sim aos Estados Unidos da América.
Sabia que se fosse necessário o agente Adams o retiraria dali à força.
– Em que Banquer vamos
nos instalar dessa vez – Perguntou Carter ao
agente acenando para Tyler com a cabeça.
– Como o senhor sabe
essa informação deve permanecer em sigilo para sua própria segurança, – respondeu o agente olhando fixamente para Edward Tyler que
permanecia paralisado com toda ação de retirada da fortaleza, – não podemos
arriscar um vazamento de segurança num momento de crise como esse Senhor.
– Espere!
Tyler vai comigo, ainda não terminamos a reunião! – Carter ordenou ao
agente que o empurrava pela passagem esquerda do Salão Oval.
– Lamento
Senhor. O senhor Edward será levado ao Banquer num momento oportuno. Agora
precisamos retirá-lo Senhor. Peço que não pare. Um helicóptero o levará até o
Força Aérea Um. Dou minha palavra que o Senhor Tyler chegará em segurança ao
Banquer Senhor. – Adam estava irredutível, Carter sabia que ele estava
certo, por isso fitou Edward nos olhos e disse:
– Então nos
vemos lá Edy.
– Sim senhor presid...
–Edward parou – Sim Donald, nos vemos lá.
Edward viu o presidente
sendo levado pela passagem que dá acesso a China Hall. Olhando pelo vidro
transparente da janela do Salão, Edward viu o helicóptero Marine One
pousar no White House Rose Garden, onde alguns agentes do serviço
secreto aguardavam a chegada da Fortaleza.
– Senhor Tyler? Senhor Edward Tyler? – perguntou um agente do serviço secreto com um telefone sem fio
na mão.
– Sim sou
eu. – respondeu prontamente pensando que seria transportado para o
Banquer.
– Temos uma
ligação de Nathan O’brian do Desbravador,
– o agente entregou o
telefone. – Ele alega ser uma emergência.
– Alo?
Nathan? Espero que seja importante. – Tyler não demonstrava nenhuma emoção em sua voz, nada podia
ser tão importante como o incidente na França de minutos atrás.
Por alguns instantes Tyler somente
ouviu o que Nathan tinha a dizer, seus olhos acompanhavam atentamente o
Presidente Carter sendo colocado no Marine One, que decolou em seguida.
–
Você tem certeza disso? – Perguntou
Tyler incrédulo. A resposta veio em seguida. Tyler permaneceu em silêncio.
Finalmente ordenou: – Saia daí imediatamente. Precisamos de você vivo!
– Quem
é você? O que quer de mim? Porque está me seguindo? – Daniel perguntou ao estranho evangélico que lhe seguirá
até ali.
– Já disse.
Tenho que saber se você acredita em Deus. – respondeu o estranho para
Daniel, que realmente ficou irritado quando ouviu a resposta:
– Olha cara. Não quero entrar pra porra
nenhuma de religião, nem tou afim de comprar revista nenhuma. Vê se me deixa em
paz. Minha tia acabou de morrer... – Daniel mal completou a frase e o
estranho lhe interrompeu:
– Ah, sim a tia
Conceição, uma pena, uma mulher tão bondosa, tão dedicada, não é justo Deus
tê-la levado tão cedo assim.
– Como você sabe
sobre minha tia? Quem é você afinal? – Daniel
analisou o estranho de cima a baixo, um rapaz jovem dos seus trinta e cinco
anos, de cabelos claros. Usava um terno italiano preto alinhado e uma gravata
vermelha. Daniel tentou puxar pela memória tentando se lembrar de onde conhecia
o estranho na sua frente. Poderia ser um primo distante, ou coisa parecida.
– Daniel, só
me diz se você acredita Nele e eu te digo quem eu sou e o que você vai ter que fazer
para mim. – A voz do interlocutor de Daniel saia calma e precisa. Daniel
começou a se sentir propenso a ouvir o estranho. Como se algo em sua voz lhe
trouxesse tranqüilidade.
– Velho. Eu não
sei. Eu acredito. Sei lá. Acho que acredito.
– Perfeito! – respondeu o estranho, – Era tudo que eu precisava saber. Por hoje
já chega. Amanhã continuamos.
– Como assim
amanhã continuamos? Quem é você?
– Quer mesmo
saber quem eu sou? - Perguntou o estranho
andando lentamente na direção do portão do cemitério.
– Sim.
– Me chamam por muitos
nomes. Eu não gosto de pronunciá-los, procure por uma musica dos Rolling Stones
chamada Sympathy for the Devil. Depois
disso você vai saber quem eu sou.
– Dan? – A mão de Claudia pousou sobre os ombros de Daniel.
– Que? – Daniel ficou observando o estranho roqueiro sair do cemitério.
– Daniel?
Você está melhor? – Claudia se mostrou preocupada.
– Sim estou.
– Desde quando
você começou a rezar? – Claudia perguntou abraçando
Daniel. – pensei que você não acreditava nessas coisas.
– Como assim
rezar? – Daniel não entendeu a
pergunta.
– É que você
ficou parado falando sozinho. Pensei que estivesse rezando.
– Você disse
sozinho? – Daniel sentiu um
calafrio percorrer toda sua espinha.
No velório
pessoas começaram a acompanhar o caixão.
Capítulo Segundo – Revelação
Maciço de Tamu
1600 km a leste do Japão
Nathan não se considerava um soldado. Pelo contrário, odiava toda
aquela pompa militar. Sabia que seria novamente testado. Respirou fundo. Tomou
coragem e puxou a alavanca que mantivera a escotilha fechada a maior parte da
viagem. Colocou a cabeça para fora. A tempestade que perdurava desde ontem não
havia passado. Olhou para cima, seu dom da visão foi embaralhado pelas gotas
grossas da chuva. Um fuzileiro tomou a valise preta de suas mãos.
– Tome cuidado isso é muito sensível. – Advertiu o soldado brutamontes que com voz ríspida devolveu:
– Senhor, tenho ordens de embarcá-lo em segurança. Por favor, não me faça perder tempo.
– Tome cuidado isso é muito sensível. – Advertiu o soldado brutamontes que com voz ríspida devolveu:
– Senhor, tenho ordens de embarcá-lo em segurança. Por favor, não me faça perder tempo.
O soldado, de
pouco mais de dois metros de altura, conduziu o especialista para a popa do
Desbravador, o barco científico que fora sua morada pelos últimos dois anos. A
tempestade fazia a pequena embarcação balançar, algo que faria um marinheiro
regurgitar o almoço. Nathan ficou preocupado, pois no meio daquela chuvarada,
não conseguia ver o navio de transporte. No chão jaziam granadas de fumaça
avermelhada.
– Como vamos sair daqui? – Perguntou – Nadando?
– Como vamos sair daqui? – Perguntou – Nadando?
O soldado de
rosto cerrado apenas esticou o indicador e apontou para cima. O Sea Hawk SH-60F
eclipsava a tempestade. Pairado sobre a pequena embarcação, descia lentamente
um cabo, guiado pelas mãos tremulas de um segundo soldado.
Nathan tentou protestar,
mas o truculento soldado fingiu não ouvir. Um mosquetão de rapel foi
rapidamente atrelado à cintura. O gancho da corda fixado ao mosquetão. A
pequena valise preta, assim como Nathan e foram içados da embarcação. A corda trepidava acompanhando o rotor da
aeronave. Olhou para baixo, o soldado parecia dar ordens ao piloto, movimentos
precisos com as mãos. Nathan só pensava que iria morrer. Um raio rasgou o
firmamento. O especialista pendurado teve a impressão que faltou pouco para o
helicóptero não ser atingido.
Com a ajuda do
segundo soldado, o cientista, agora, estava a bordo da aeronave. O barulho
ensurdecedor tomava toda a cabine.
– Temos que sair daqui – Nathan gritou o mais alto que pôde.
– Senhor não consigo ouvir – Um fone com microfone foi passado para o cientista. – Mas temos que sair logo daqui. – Apontando para fora da aeronave.
Nathan viu em meio as grossas gotas de chuva uma imensa onda, uma enorme parede d'água, vinte metros de fúria, aproximando-se no horizonte, devorando tudo que toca. O soldado à sua direita, fez os incompreensíveis gestos militares com os dedos e o Sea Hawk começou a subir. Deixando o Desbravador e o soldado de rosto rude à própria sorte.
– Temos que sair daqui – Nathan gritou o mais alto que pôde.
– Senhor não consigo ouvir – Um fone com microfone foi passado para o cientista. – Mas temos que sair logo daqui. – Apontando para fora da aeronave.
Nathan viu em meio as grossas gotas de chuva uma imensa onda, uma enorme parede d'água, vinte metros de fúria, aproximando-se no horizonte, devorando tudo que toca. O soldado à sua direita, fez os incompreensíveis gestos militares com os dedos e o Sea Hawk começou a subir. Deixando o Desbravador e o soldado de rosto rude à própria sorte.
Cheyenne Mountain
Colorado – EUA
Colorado – EUA
Carter falava ao celular quando uma curva fechada, pressionou
seu corpo contra a porta da SUV que rodava em alta velocidade. Pela janela a paisagem mudava a cada curva. A
montanha que a pouco parecia distante agora se avizinhava.
– Desculpe Senhor Presidente. Estamos chegando ao NORAD. – Carter assentiu com a cabeça. Todos estavam nervosos. Voltou ao telefone.
– Eu não quero saber desses detalhes. Eu quero falar à Nação agora! – Poucas foram as vezes que Carter gritou ao telefone daquela maneira. Pelo retrovisor o motorista se demonstrou preocupado.
– Desculpe Senhor Presidente. Estamos chegando ao NORAD. – Carter assentiu com a cabeça. Todos estavam nervosos. Voltou ao telefone.
– Eu não quero saber desses detalhes. Eu quero falar à Nação agora! – Poucas foram as vezes que Carter gritou ao telefone daquela maneira. Pelo retrovisor o motorista se demonstrou preocupado.
– Eu sei que o Papa morreu. Estou sendo
arrastado para dentro da montanha por causa disso. Resolva isso. – Carter
desligou o telefone. Sabia que seu pedido seria atendido. Afinal ele era o
presidente.
O comboio militar finalmente parou. Dando passagem livre aos carros velozes do Serviço Secreto. Eram carros pretos, blindados. Há muito tempo não utilizavam o velho Cadillac Fera. Isso era coisa do passado. Com os avanços tecnológicos e novas armas usadas por terroristas o luxo deu lugar ao prático. Os Chevrolet Suburban eram a vanguarda motorizada de todas as agências. Sete deles em fila pararam na entrada da montanha. Um complexo construído durante a Guerra Fria, cujo o objetivo ainda é manter o Poder funcionando, independente da emergência que os Estados Unidos estejam enfrentando. Ataque nuclear, queda de meteoro, invasão de nações inimigas e quando a vida de algum chefe de estado é ameaçada. O protocolo de segurança era claro: Em caso de atentado bem-sucedido contra a vida de algum chefe de estado importante o governo americano deveria se proteger.
O comboio militar finalmente parou. Dando passagem livre aos carros velozes do Serviço Secreto. Eram carros pretos, blindados. Há muito tempo não utilizavam o velho Cadillac Fera. Isso era coisa do passado. Com os avanços tecnológicos e novas armas usadas por terroristas o luxo deu lugar ao prático. Os Chevrolet Suburban eram a vanguarda motorizada de todas as agências. Sete deles em fila pararam na entrada da montanha. Um complexo construído durante a Guerra Fria, cujo o objetivo ainda é manter o Poder funcionando, independente da emergência que os Estados Unidos estejam enfrentando. Ataque nuclear, queda de meteoro, invasão de nações inimigas e quando a vida de algum chefe de estado é ameaçada. O protocolo de segurança era claro: Em caso de atentado bem-sucedido contra a vida de algum chefe de estado importante o governo americano deveria se proteger.
Homens do
serviço secreto e militares rodeavam o carro fortaleza para fazer a extração em
segurança. O presidente saiu apressado. Cercado por todos os lados por agentes
Carter mal podia ver o enorme complexo que estava adentrando. O túnel parecia
enorme. Um agente digitou um código para a liberação do elevador. Somente
quatro pessoas entraram na cabine acompanhando a fortaleza. Três agentes
experientes cujos os nomes e histórias pessoais eram familiares ao presidente e
seu amigo de longa data Tyler. O elevador desapareceu no fosso, numa queda que
parecia interminável.
– Próxima parada Osaka, Japão – Tyler tentou cortar a tensão de toda aquela situação. Um dos agentes teve que conter o riso. O presidente olhou diretamente para o amigo.
– Um Yakissoba de carne com alooiz flito. – Contrariando o protocolo todos riram.
– Próxima parada Osaka, Japão – Tyler tentou cortar a tensão de toda aquela situação. Um dos agentes teve que conter o riso. O presidente olhou diretamente para o amigo.
– Um Yakissoba de carne com alooiz flito. – Contrariando o protocolo todos riram.
O elevador
finalmente parou. As portas abriram e Tyler não conseguiu conter a surpresa. De
boca aberta vislumbrou o auge da tecnologia estadunidense. Dezenas de telas
cobriam as paredes, mesas de controle e diversos servidores espalhados por
todos os lados. Parecia a sala de controle da NASA, que aparece em todos os
filmes de meteoros.
– Senhor. – O agente arrancou Tyler de
seu vislumbre. – Por aqui por favor.
– Sim. Claro. – Tyler acompanhou o agente para o que parecia uma sala de reuniões.
Na cabeceira da enorme mesa de vidro Carter observava atentamente alguns documentos em uma pasta. Todos os lugares aparentemente estavam ocupados. Alguns civis, entre eles o vice-presidente, diversos militares de altas patentes, generais ostentando medalhas por bravura e heroísmo. Carter colocou os papéis na mesa. Olhou para Tyler e com uma calma assustadora perguntou:
– Diga amigo. Seja sincero. Quando é que o mundo vai começar a acabar?
– Sim. Claro. – Tyler acompanhou o agente para o que parecia uma sala de reuniões.
Na cabeceira da enorme mesa de vidro Carter observava atentamente alguns documentos em uma pasta. Todos os lugares aparentemente estavam ocupados. Alguns civis, entre eles o vice-presidente, diversos militares de altas patentes, generais ostentando medalhas por bravura e heroísmo. Carter colocou os papéis na mesa. Olhou para Tyler e com uma calma assustadora perguntou:
– Diga amigo. Seja sincero. Quando é que o mundo vai começar a acabar?
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